segunda-feira, 22 de junho de 2009

16/09/2008

Tinha se desiludido. Não via mais solução, até porque não há solução para o fim. Infelizmente era sentar e lamentar que as forças já haviam se esgotado. Visto de dentro o problema parece irremediável, embora haja solução. Ele, em sua crise, no ápice da loucura, cometera tal barbárie meio que inconscientemente. Se arrependeu, mas arrependimento não faz voltar decisões. Não há replay.

domingo, 21 de junho de 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Divagando; devagar.

Não. Eu realmente não entendo como as pessoas não conseguem negar nada. No final das contas a negação é de si mesmo, seja quando alguém pergunta se você quer sorvete de chocolate e você simplesmente diz: tanto faz; ou seja quando alguém te pede um favor e você simplesmente responde que sim, embora você não poderá fazer.
Numa realção, por exemplo: quando um se anula, negando-se de forma recorrente e idiota, o outro vê a possibilidade de soberania. Em relacionamentos, as disputas, quando sadias, são uma coisa propulsora, incentivadora e no final das contas, uma coisa muito boa. Você faz com o que o outro sempre busque o melhor, sempre queira vencer e não só pra provar a você que pode, mas pra se satisfazer. Quando uma mulher descobre que tem poderes sobre o homem, isso se dá por volta do início da adolescência, quando se descobre o corpo, ela simplesmente enxerga a possibilidade de dominar a relação. Isso pode ser bom quando usado de forma "racional", mas quando pende pro lado da chantagem emocional já fica escroto. Eu pude perceber isso em vários relacionamentos de amigos próximos e sempre achei uma sacanagem sem tamanho esse tipo de coisa. Na verdade, não quero colocar a mulher como vilã da história, porque qualquer pessoa que tenha o poder de persuadir o outro é capaz disso. Seja homem ou mulher (Inclusive eu já passei por isso sendo a chantageada da história), mas o fato é que quando percebo uma pessoa próxima se anulando e se colocando em segundo plano por causa de outra, eu simplesmente me revolto. Eu sei que isso vai além das regras de convivência e ética, mas a minha vontade é chamar a pessoa no canto e dizer: te liga! Embora isso nunca dá certo, porque quando se está dentro da situação tornar-se terceira pessoa é muito mais complicado do que parece. E de fato é, lembro-me que quando passei por esse tipo de situação eu simplesmente me anulei e não ouvi aqueles que estavam mais próximos e que podiam perceber o tamanho da merda que eu estava fazendo estando com aquele cara.
Enfim, o que me incomoda é anulação, a mudança vã que esse tipo de relacionamento causa. Além das pessoas simplesmente não lembrarem dos amigos.



domingo, 14 de junho de 2009

Constante: km/h

Parecia mesmo que o tempo andava para trás. Os números passavam devagar, devagarinho. Cada um com seu segredo da leveza, da clareza, da beleza. Era lento e forte como uma gota de chuva. O tempo andava de ré. Para trás. Voltava como que para conferir se as coisas tinham mesmo dado certo. O problema é que as coisas sempre erravam e contrariavam o tempo e por isso, ele sempre voltava. O tempo que insistia em ir para trás. Iludido.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Procura-se:

Era o cheiro, sem dúvidas. Aquele mesmo cheiro que sentira outro dia quando se apaixonou acabara de se repetir dentro daquele ônibus lotado. Ali, naquele lugar estranho e improvável o cheiro do amor se fazia presente outra vez. Ela nem sequer percebera de quem ele vinha, quem era a pessoa, homem ou mulher, que tinha o cheiro do amor, ela simplesmente fechou os olhos e sonhou. Sonhou com aquele dia em que esbarrou com o amor no supermercado, outro lugar estranho para encontrar o amor, entre os biscoitos e as massas e soube naquele exato momento que estava completamente apaixonada. Mas por quem? Ai, por que esse amor nunca se personificava? Por que esse cheiro era tão encantador e apaixonante?
Estava ali, dentro daquele ônibus lotado, em pé, esperando a hora de descer e chegar em casa quando não pôde evitar o amor. Aquele a quem todos os homens temem, aquele que ninguém consegue frear, aquele que faz as borboletas se agitarem no estômago, todas de uma só vez. Esperou até a hora de descer e como se quisesse eternizar aquele encontro com o amor, deu uma última respirada bem forte e foi andando pra casa. No caminho pensou que já havia encontrado o amor duas vezes em toda a sua vida e nas duas o tinha deixado fugir. Parecia que essa coisa de amor era mesmo complicada. Quando se encontrava, não se conseguia ter. Quando se tinha, julgava que estava enganada. Nessas horas ninguém aparece para dar um conselho amigo ou dizer que o amor é mesmo uma puta que não vale nada e é melhor deixar pra lá. Nessas horas o amor parece o objeto mais cobiçado que apenas uma pessoa pode ter, nesse caso era ela mesma, mas isso não parecia o bastante.
Foi pra casa cheia de amor nos pulmões, andou sem respirar até quase perder o fôlego e quando não pôde mais segurar o amor dentro do peito, deixou que lhe esvaisse o ser. Sentiu-se impotente, sentiu-se vazia. Andou até em casa com uma lágrima no rosto e um peso nos ombros. Achou que encontraria o amor outra vez em algum lugar estranho, na fila do banco, na recepção do dentista ou no trânsito, no carro do lado, mas o amor tinha fugido dela. O amor nunca mais deu as caras, simplesmente foi atrás de outra. Sabe lá se volta algum dia. Sabe lá...