sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Despedida

Eu:

"Hoje eu quero sair só", por isso aprontei minha malinha cheia de imagens e sons e vaguei. "Não demora eu tô de volta", mas não me espere pro jantar, mulher. Durma. Acorde. Acordes e não fiques triste. Eu só tinha um motivo pra não ficar em casa e todos os outros para ficar, você era um deles. Calma, mulher, eu um dia volto, mas desejo que vivas tua vida sem mim e comigo. Sem nosso carinho na rede, mas com a rede em nós. A gente sabe o que fica, sabe o que vai. Eu fui, você ficou. Ficou em nós um pedaço do outro e esse está para nós na mesma medida.

Plante uma flor, regue o nosso jardim, dê comida aos passarinhos e água aos beija-flores. Faz sempre aquele feijão gostoso com tempero de coetro e azeite. Aos domingos espera o sol nascer cedinho na praia e depois aproveita o sol, se for lua cheia espera ela subir e lembra de nós. Eu já disse que um dia eu volto, mas hoje, "hoje eu quero é sair só, não demora eu tô de volta."


Ela:

"No dia em ocê foi embora eu fiquei sozinha no mundo sem ter ninguém" e mesmo sabendo que tu voltarás em breve, isso me dói. Não, eu não vou saber viver por nós sozinha. Mas vou regar o nosso jardim como de costume e alimentar os passarinhos. Esse domingo vou ver o nascer do sol como naquele dia em que dormimos juntos na areia sob a luar e lembrar de nós dois como uma unidade. Espero tua volta em breve, amor. Não me esquece. E quando chegares, não deixa de assobiar na escada.

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