terça-feira, 4 de junho de 2013

tem dias que uma música vale mais que mil dicionários dos sonhos. eis que essa hoje tá fazendo muito eco aqui dentro desse plexo.


domingo, 26 de maio de 2013

e te ver crescer
e te ver andar com teus passos, por teus caminhos
tua independência, tua autonomia
me afasta, me tira da tua rota, exatamente porque não sou mais necessária
nunca fui.
e isso não é ruim, pelo contrário, é motivo de orgulho
porque sei que agora tu farás as tuas escolhas e serás livre
pra voltar quando quiseres, pra dormir do meu lado.

terça-feira, 5 de março de 2013

aí veio a constatação: aquela realidade dura na cara. aquele soco na boca do estômago que te deixa envergar até a cabeça quase tocar os joelhos. veio aquela ânsia de vômito causada pela agonia de saber. veio todo o tremelique, as pernas bambas, os olhos arregalados, os ouvidos zunindo, as mãos suando, os pés sem vontade de andar, os pulmões em recesso de segundos, a boca aberta e muda.

: meus conselhos não me servem.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

la douleur exquise

sempre que o carnaval acaba uma saudade me toma e por mais avisada que eu seja, ela consegue ser maior e mais forte. sempre. 
eu sei de todos os passos, de todas as combinações, de todos os caminhos, mas isso não garante nada. não garante que eu não sinta saudade, não garante que eu não me apegue. não garante que eu não goste, que eu me entregue, que eu beije e que eu queira mais. mas, nem sempre...
e é isso que sobra quando o fim do carnaval chega: "a intensa dor no coração de desejar alguém e saber que nunca poderá ter."

sábado, 26 de janeiro de 2013


ele me faz querer acumular milhas e milhas. ele me faz chorar no meio do expediente porque me manda mensagem de carinho. ele me diz coisas legais e me dá esporro quando eu preciso. ele me tira do foco e me põe nos eixos. ele me dá o colo e não solta da minha mão. ele me causa sonhos surrealistas e desejos de consumo absurdos. ele me deixa alisar seus cabelos e arrumar sua etiqueta pra fora da blusa. ele cuida das minhas plantas quando eu viajo em missões de trabalho e recolhe as minhas cartas da caixinha. ele pede sorvete no domingo de noite pra minha segunda amanhecer doce. ele me disse várias vezes que o amor é isso aqui. ele me disse também que poderia não me amar. ele me dá náuseas de saudade. ele me dá beijos telepáticos que acabam com qualquer enjôo. ele me chama de broto, de nêga, de fia, de preta, de branca, de... ele é capaz de entortar meus caminhos quando me pede cigarros. ele consegue arrancar a tristeza do meu rosto quando planta seus sorrisos. ele não me faz cafuné quando eu peço que é pra fazer depois, quando já nem tem mais graça. ele diz que meu bocão vai acordar os vizinhos de madrugada. ele ri do meu espirro. ele me liga pra perguntar se eu quero trident do azul ou do preto. ele não se importa com meu pijama velhinho. 
ele me faz querer acumular milhas e milhas, pra gastar tudo só com ele.

passado recente, inominável e sem data.

sábado, 5 de janeiro de 2013

era engraçado o modo como sempre arrumava as coisas e repetia tudo exatamente. sempre da mesma forma, começando pela gaveta de baixo, pro meio do armário até o maleiro, seguido da estante e da mesa do computador. tudo na mesma ordem. como que pra não se esquecer de fazer nada. "tudo sempre igual". e retomar as caixas, reler as cartas, os postais, os bilhetinhos. cada ano separadinho como um presente. eram caixas de perfumes, de sapatos, de lojas, de café. lembranças guardadas na intenção de não esquecer e mesmo assim, se esquecia delas. ria das coisas esquecidas e achava-as sensacionais. fotos antigas, papéis amassados, pulseiras coloridas, crachás. tudo ali. tudo vivo num passado guardado. preso. embora disponível pra consulta.