sábado, 26 de abril de 2008

Carta deixada sobre a mesa no dia da partida

O rio secou, amor. Passei pela ponte hoje e vi que o barco da nossa vida não passa mais por lá. Os pescadores não jogam mais a rede pra pescar peixes e ilusões. Não há mais reflexos porque não há mais água. Não há mais amor porque não há mais nós. Eu não sei explicar porque nem quando, e também é complicado explicar quando e como um rio seca. Na verdade, a gente só percebe isso no dia em que passa pela ponte e não se vê no reflexo. Não acho que chover irá resolver o problema e nem sei se quero que o rio seja novamente navegável por nós. O fato é que o descuido tomou proporções maiores que as devidas, de forma que a essa altura do campeonato não vejo solução. Nós não naufragamos, que fique claro. Nós apenas não cuidamos com carinho e atenção do curso das nossas vidas, ou da nossa vida juntos. É hora de abandonar o barco no pier e seguir essa vida andando pelas ruas a procurar um lugar à sombra. Ou ao sol. Se cuida e cuida para que o sangue não seque às veias, o nosso rio particular.

Um comentário:

nilo trindade disse...

oi milena... vc ja foi loira naum ??

posso postar esse texto em meu blog? fazendo propaganda do seu e indicando a fonte claro...

e esse abril pro rock todo.. foi legal?

bjos e saudades das cartas, posts e trotes... não que tenha havido trotes.. eh que trotes rimou com postes e remete um pouco a conversas telefonicas...