sábado, 5 de janeiro de 2013

era engraçado o modo como sempre arrumava as coisas e repetia tudo exatamente. sempre da mesma forma, começando pela gaveta de baixo, pro meio do armário até o maleiro, seguido da estante e da mesa do computador. tudo na mesma ordem. como que pra não se esquecer de fazer nada. "tudo sempre igual". e retomar as caixas, reler as cartas, os postais, os bilhetinhos. cada ano separadinho como um presente. eram caixas de perfumes, de sapatos, de lojas, de café. lembranças guardadas na intenção de não esquecer e mesmo assim, se esquecia delas. ria das coisas esquecidas e achava-as sensacionais. fotos antigas, papéis amassados, pulseiras coloridas, crachás. tudo ali. tudo vivo num passado guardado. preso. embora disponível pra consulta.

Nenhum comentário: