segunda-feira, 24 de abril de 2006

Coisa de segundos

7:35 AM, 13ª Vara do Trabalho, 5 andar (subidos de escada devido ao não funcionamento do elevador), Milena. Sentada num banquinho e vendo a chegada de advogados, juízes, promotores e vítimas processuais. Tudo junto. Os advogados, a maioria conhecidos entre si, passam a maior parte do tempo contando piadinhas infames sobre colegas de trabalho numa rodinha de conversa a toa. As pessoas com cara de sono, e eu me incluo nesse meio, esperam por sua hora na audiência tão esperada. Ti nha que ter chegado com meia hora de antecedência, eu cheguei com uma. Em cima da hora chega a minha ex-gerente e o advogado da empresa. Meu advogado estava atrasado. Uns 5 minutos depois ele chega ofegando e morrendo de falta de ar, sabe como é velho, fumante ativíssimo e nojento. Nos reunimos numa sala pra tentar formalizar um acordo antes da audiência começar. Mostram-se os papéis, vai lá, volta aqui, puxa de um lado e do outro e o que se tem é apenas um montante líquido miserável no final das contas. A cara da juíza? Eu não me lembro, ela só me perguntou se eu estava de acordo quanto ao acordo feito e eu respondi que sim com a cabeça. A burocracia é ainda maior na hora de resolver uma papelada que eu não entendi patavinas do que se trate. Saímos de lá por volta das 11 horas, com papéis na mão e dinheiro no bolso, eu e o pé rapado do meu advogado. ¬¬
Volto pro cento, vou carregar o passe. Dou uma passada rápida no núcleo que fiz francês e dou de cara com um menino bonitinho que eu dava umas olhadas. Ele sorri. Lembra de mim mas não falou, vai ver foi o cabelo. Quando estou de saída de lá ele me olha e diz: teu alargador é que tamanho? ¬¬ (me mate, por favor) Ele não tinha nada melhor pra falar? Podia me desejar boa páscoa, mas essa do alargador foi terrível. E eu com cara de ódio respondo: dez. Saio andando em direção à porta.
Na entrada do meu prédio, na volta, passa por mim uma criança de uns 9 anos montada num cavalo correndo e gritando: "Ah, moleque!" e 5 segundos depois é acertado por um carro. O menino voou longe e o cavalo continuou andando pela avenida. Quanto ao carro, amassou completamente na frente. A criança ficou estendida no chão agonizando e tendo espasmos enquanto a população aglomerava diante dele e ligava pro socorro.

Cotidiano.

2 comentários:

Metheoro disse...

bah...

só agora que vi teu comentário, vou ajeitar na proxima postagem, é que fui direto postar sem ver o blog antes

¬¬

sim doida... eu vi essa historia do minino na rádio jornal
asudasiudhasuihd
=P

Anônimo disse...

Vida de cão essa, hein? O teu advogado não desenrolou nem um cigarro pra tu? Que dureza!!